sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

> Filme "Food Matters"

Boa tarde caros visitantes. Apresentamos um documentário, considerado um dos melhores, sobre saúde e alimentação.


O Alimento é Importante – Food Matters 
EUA, 2008, Duração: 78 minutos, Direcção: James Colquhoun e Carlo Ledesma

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

> Arroz transgénico com genes humanos pode ser aprovado nos EUA


O primeiro alimento geneticamente modificado com genes humanos está prestes a ser aprovado para produção comercial nos EUA. O arroz produzido em laboratório tem algumas proteínas encontradas na saliva e no leite materno.
A empresa pretende ampliar o uso destas proteínas em bebidas, sobremesas, iogurtes e barras de cereais. De acordo com os cientistas da empresa responsável pelo desenvolvimento do produto, a Ventria Bioscience, a proteína retirada do novo arroz pode ser usada no tratamento da diarreia infantil, uma das maiores causas de morte nos países em desenvolvimento. O United States Department of Agriculture (USDA) já mostrou interesse em aprovar o cultivo comercial deste tipo de arroz. Os produtores do arroz têm aprovação preliminar para plantar cerca de 12 mil quilómetros quadrados no Kansas. O arroz é o primeiro passo na chamada "comida Frankenstein", a primeira a misturar genes de origem humana. No entanto, grupos de defesa do consumidor, a este tipo de novo alimento contestam a notícia.
O GeneWatch UK, que monitoriza novos alimentos geneticamente modificados, descreveu o produto como "muito perturbador". O investigador Becky Price alertou para o facto de existirem “muitos riscos muito, muito graves para a saúde e as pessoas devem estar cientes disso".

Publicado: 06/03/2007

> Já todos comemos transgénicos



Entrevista com Margarida Silva, coordenadora do grupo de Estudos Ambientais da Universidade Católica do Porto. É também responsável pelo tema dos transgénicos na Quercus.

1. O que são exactamente alimentos transgénicos? 
São alimentos produzidos a partir de plantas, que foram geneticamente modificadas em laboratório. Nessas plantas, é introduzido um gene. Assim, temos culturas transgénicas diferentes das convencionais, porque as células dessa planta têm essa informação adicional, esse gene. 

2. Desde quando é que são produzidos alimentos transgénicos?  
Desde os anos 60, na Europa e nos EUA. Sobretudo nos Estados Unidos. As primeiras licenças de comercialização já são da década passada.  

3. Portugal produz alimentos transgénicos?  
Já cultivou, em 1999, milho transgénico. Mas, neste momento, não. Importa, processa, distribui e vende. 

4. Porque é que Portugal já não produz? 
Só houve autorização para um ano. A autorização foi suspensa pelo ministério da Agricultura, porque chegou à conclusão que não tinha condições laboratoriais, técnicas e humanas para fazer o acompanhamento das culturas transgénicas em Portugal. Enquanto essas condições não estivessem criadas, o ministério não podia permitir o cultivo de transgénicos. As nossas chefias governativas decidiram dar aval à suspensão do cultivo. Na minha opinião, isto teve a ver com o protocolo de Cartagena, que é um protocolo internacional de biosegurança e que se realizou numa altura em que Portugal estava na presidência da União Europeia. Por isso, o nosso país queria mostrar boa figura. 

5. Quais são as vantagens dos transgénicos?
Eu vejo poucas vantagens. É errada a ideia de que os transgénicos vão acabar com a fome no Terceiro Mundo. Em relação aos agricultores do Primeiro Mundo, há a sugestão de que os transgénicos permitem uma maior produção e uma agricultura mais limpa de químicos, pesticidas e herbicidas. O agricultor do Primeiro Mundo vê os transgénicos como a possibilidade de uma maior produtividade e, logo, de mais lucro. 

6. Quais são os inconvenientes dos transgénicos?
Quanto tempo tem de gravação de cassete? É que eles são tantos. Tenho a impressão que a cassete não chega. Para o consumidor, a grande desvantagem é que vai estar a comer alimentos que não foram testados. Os transgénicos são alimentos que representam uma caixa preta em termos de impacto na saúde. Não há quaisquer garantias, não há qualquer demonstração, nem sequer artigos científicos que se debrucem sobre esta questão. Portanto, nós vamos estar a comer alimentos que nunca ninguém comeu, que nunca fizeram parte da cadeia humana. As chances são como a roleta russa: pode dar certo ou errado.  

7. Somos cobaias dos alimentos transgénicos?
Sim, sem dúvida. Mas não sou só eu a dizer. Tenho citações de altas personalidades a dizer que a população humana não é mais do que uma grande população laboratorial. Somos cobaias de uma má experiência, que não tem controlo. Nem sequer temos as coisas devidamente preparadas para dizer que pessoas foram expostas a alimentos transgénicos. 

8. Ou seja, não há estudos para saber se alguém morreu por causa da ingestão de transgénicos...
Exactamente. Não há estudos de pré-comercialização, tal como se faz a qualquer medicamento. Mas os medicamentos são utilizados por uma fracção muito pequena da população, normalmente durante uma certa fase da sua vida. Já os transgénicos são utilizados por toda a população, durante toda a vida. Nós não sabemos sequer pegar num alimento transgénico e ver se vai causar alergias. Em termos de pré-comercialização, não há qualquer cuidado. Em termos de pós-comercialização, não há nenhum estudo que esteja a acompanhar a introdução dos transgénicos. Portanto, nós não sabemos se alguém morreu por causa dos transgénicos. Estamos a arriscar a nossa vida a troco de nada.
  
9. A rotulagem dos alimentos que têm transgénicos é obrigatória, mas só naqueles que têm mais de 1%. Ou seja, podemos estar a consumir transgénicos sem sabermos, mesmo que em pequenas quantidades... 
A rotulagem, neste momento, só nos permite distinguir entre alimentos muito contaminados ou pouco contaminados. Não dá ao consumidor uma verdadeira escolha. Isso é mais uma desvantagem para o consumidor.
A partir do momento em que há transgénicos cultivados, a contaminação generaliza-se através do pólen para outros campos que não cultivam alimentos transgénicos. Ou seja, mesmo os alimentos não transgénicos ficam contaminados.
Na prática não temos opção. Vamos ser obrigados a consumir transgénicos por causa da poluição genética.
O consumidor só tem uma lei de rotulagem que apenas lhe permite excluir os alimentos mais contaminados com transgénicos. E depois há produtos em que a rotulagem não se aplica minimamente. A carne, leite e os ovos de animais alimentados com rações transgénicas não está rotulada.
No caso do leite, nós somos consumidores indirectos de transgénicos.
Já houve experiências em que joaninhas comiam insectos que tinham comido transgénicos. As joaninhas morreram simplesmente. Ou seja, não é de por de lado efeitos indirectos para o Homem. Do ponto de vista do consumidor, os transgénicos são a perda de liberdade de escolha, o que é gravíssimo. É um afunilamento da liberdade de escolha, que deve ser o primeiro direito do consumidor.
 


10. Já todos comemos transgénicos?
Já todos comemos transgénicos. 

11. Em que tipo de alimentos pode existir transgénicos?
Na Europa, para consumo humano, está aprovado essencialmente o milho e a soja e seus derivados. Cereais da manhã, bolachas, chocolates, pizzas e hamburguers têm normalmente soja ou milho. A soja está em 60 a 70% de todos os alimentos processados. O milho, sob a forma de farinha maizena, sob a forma de amido, também está numa percentagem muito grande. E há muitos transgénicos que não são legais.  

12. Acha que os portugueses estão esclarecidos sobre o tema?
Não, claro que não estão. São dos menos esclarecidos da União Europeia. 

13. Qual é a posição da Quercus sobre o tema dos transgénicos?
A Quercus considera que a biotecnologia vegetal, com libertação no ambiente, não pode acontecer, porque, uma vez cultivado na terra, nós estamos a libertar um transgene no ambiente. A partir daí, se alguma coisa der errado, nós já não conseguimos ir buscar o transgene. Por exemplo, já se encontrou um transgene no intestino de abelhas que pertencia a uma colmeia que estava a muitos quilómetros de distância.
No geral, a posição é: há que continuar a investigação, têm de estar reunidas um conjunto de condições de garantia de que a libertação de transgenes no ambiente não vai contaminar ecossistemas.


14. Qual é a posição das empresas alimentares em relação aos transgénicos?
Depende das empresas. Por exemplo, o Modelo, o Continente e o Carrefour, entre outros, exigem garantias que os produtos da sua marca não têm transgénicos. Há empresas que assumiram uma política de não uso de transgénicos. 

Publicado: 23-03-2004 
Daniel Vaz
Retirado do site: http://jpn.icicom.up.pt/2004/03/23/ja_todos_comenos_trasngenicos.html

> Transgénicos alastram-se em Portugal

domingo, 9 de janeiro de 2011

> Filosofia de Mokiti Okada

Bom dia caros visitantes. Apresentamos um vídeo explicativo da Filosofia de Mokiti Okada. Qualquer dúvida, podem-nos contactar por e-mail. agricultura_natural@hotmail.com

sábado, 8 de janeiro de 2011

> Princípio Básico da Agricultura Natural


Mokiti Okada explicou que "a Verdade é a Natureza em si mesma". Disse ainda: "O homem, ao tomar qualquer atitude, deve ter a Natureza como modelo".
No que tange ao cultivo de produtos agrícolas, ele preconiza a Agricultura Natural porque este método baseia-se na harmonia das leis da Natureza. É um método simples e lógico, e à medida que compreenderemos o seu verdadeiro princípio e o seguiremos exactamente como Mokiti Okada ensinou, veremos, pelo sucesso alcançado, o quanto é correcta a sua aplicação. Segundo Mokiti Okada, "(o solo)... é capaz de produzir alimentos suficientes para nutrir todos os seres vivos que habitam a superfície terrestre, a começar pelo homem". Ele afirma, também, que "o próprio solo pode ser considerado um aglomerado de adubos minerais que fazem desenvolver a vegetação".
Os nutricionistas, médicos e outros cientistas que advogam, presentemente, a necessidade da produção de alimentos puros por métodos naturais, encaram o problema sob um ponto de vista estritamente físico. Mokiti Okada, entretanto, parte do solo para desenvolver o seu método, explicando que o estado natural da terra, constituída do solo, é sempre mantido de modo a alimentar os seres vivos com a união perfeita da luz solar, da água e do ar. Segundo ele, existe uma relação equilibrada entre o fogo, a água e o solo, energias emanadas, respectivamente do Sol, da Lua e da Terra. A ciência chama a essas energias de oxigénio (o fogo), hidrogénio (a água) e nitrogénio (o solo). A força resultante da união equilibrada dessas energias constituiu a Força Natural. E "esta é a fonte principal da vida, que faz nascer e desenvolver todas as coisas do mundo".
Em outros termos, o solo está impregnado de uma energia que é o verdadeiro agente de fertilidade e crescimento. Por isso, Mokiti Okada lamentava que os camponeses, pela utilização de fertilizantes artificiais, privassem o solo da sua energia, contaminando, ainda, as colheitas, pela formação de várias toxinas nas plantas, que são as responsáveis pela proliferação de insectos.
Para combater tais pragas, o uso de insecticidas preparados com substâncias venenosas tornou-se comum em todo o mundo, contaminando ainda mais as colheitas. Ingeridos pelo Homem, os alimentos saturados de tantas toxinas tornam a corrente sanguínea impura. Isto causa doenças de natureza surpreendente.
Mokiti Okada ensina, que o sentimento não é exclusivo dos homens e dos animais, mas existe também nos vegetais e no solo. Segundo ele, é fundamental amar o solo e purificá-lo, para que a força da Natureza nele se manifeste em grau máximo e com maior poder. O princípio básico da Agricultura Natural consiste e, fazer com que essa força se manifeste, isto é, em conservar a vitalidade e fertilidade naturais do solo, protegendo-o da contaminação de fertilizantes artificiais e insecticidas.
Para compreender o que é a Agricultura Natural, é preciso entender primeiramente, a função essencial do solo.
O solo foi criado com a potencialidade de produzir os alimentos necessários aos seres vivo. Assim, a própria terra está cheia de fertilizantes. Quando sementes de vários tipos são semeadas em tal terreno, devem brotar, desenvolver-se, produzir flores e alimentos. Assim, quando um país inteiro é assolado pela falta de alimentos, é porque está em desacordo com as leis da Natureza.


> Agricultura Natural

A divulgação da Agricultura Natural foi um dos pontos principais da preocupação de Mokiti Okada.
Já em 1935 ele começou a fazer, pessoalmente, as primeiras experiências com hortaliças e arroz, na horta de Tamagawa, em Kaminogue, Tóquio. Em face dos resultados surpreendentes, deu início à divulgação deste método.
Em 1948, Mokiti Okada pronunciou-se publicamente: "Em breve, o desrespeito à Natureza se estenderá a toda a sociedade; na agricultura, o cultivo será feito com a aplicação intensa de adubos químicos. Por causa disso, surgirão doenças, insectos e danos além do comum, e os insecticidas utilizados para o seu combate e extermínio serão cada vez mais fortes, o que resultará em produtos contaminados, em alimentos que prejudicam a vida dos homens e dos animais". E Mokiti Okada acrescenta: "Para evitar esse perigo, seria necessária a Agricultura Natural".
Com essas palavras, ele tentava alertar o governo japonês para os perigos iminentes da utilização dos defensivos agrícolas. Nesse período de pós-guerra, entretanto, devido à escassez de alimentos, o país incrementava a agricultura industrial, e não levou em conta o que ele dizia. Tomavam-no como supersticioso e obscurantista. Algumas pessoas, todavia, levaram-no a sério e aceitaram incentivar e pôr em prática o método por ele preconizado.
No início da década de 60, veio a público o rumoroso caso do mercúrio orgânico contido no arroz, ocasionando uma forte reacção por parte das pessoas. Começou-se, então, a discutir o problema da poluição, e por volta de 1965, uma onda de popularização dos alimentos puros, não contaminados, alastrou-se pelo país, através de órgãos de informação, seguindo-se maior procura desses produtos por parte do consumidor.
Com o incremento das pesquisas nesse campo, a humanidade começou a despertar para as consequências desastrosas da poluição, nas suas várias manifestações, e na década de 70, apareceram, em todo o mundo, movimentos ecológicos visando à afirmação da importância da Natureza e do respeito à vida. Como resultado, o governo japonês criou uma repartição, a nível ministerial, com a atribuição de pesquisar, regulamentar e proibir a fabricação, venda e utilização de alguns defensivos agrícolas.
Entretanto, depois de vinte e tantos anos de pesquisas, prática e divulgação da Agricultura Natural, continua a prevalecer o método comum de agricultura. A sociedade moderna, que desrespeitou a Natureza pelo domínio da ciência e do princípio que tem a economia como ponto principal, fez gerar a poluição sob as mais variadas formas.
Os praticantes da Agricultura Natural, incentivados pelo ideal de Mokiti Okada, vêm empreender um grande esforço no sentido de provar a eficiência do método e aprimorar-lhe a técnica. Convictos de que este método é um dos pontos fundamentais para a a construção da Nova Sociedade, desejamos convidar o mundo inteiro a conhecer os seus princípios e conceitos básicos, a fim de comprovar a sua essência e valor. 

Mokiti Okada